Quando Clausar soltou a 337 e viu, mortificado, seus entes queridos
precipitarem-se rumo ao sumidouro cósmico, Gia, a mais bela
geóctone, a Galáctica de infinita Géa interior, ausentou-se do
círculo místico presidido por Marhá e foi ajoelhar-se junto ao
painel do volante, enfeitado coas estalactites do gelo das respirações,
convidativo prenúncio de morte fria. Pelo diáfano anel superior
de enerfrátax, Gia fita o céu glomerogalaxiado, onde o sorvedouro
recresce: a inexorável garganta quente de Oég. A kena conserva a
coragem; e, no peito esguio, mora a serenidade cálida de quem,
um cromat, deu à luz. Gia sussurra; não quer
perturbar os companheiros:

- Géo de meu coração... Não Lhe dirijo agora a minha prece,
pois até Você voltou as costas ao tão ingrato Cosmo. Rogo a
alguma entidade geosa; qualquer uma, capaz de escutar-me!
Por favor, se não posso pedir pelo beldo de Géo; por favor! dê
a vitória a meu beldo, Clausar! Dê-lhe sentido à gédia!
Faça-o... - e as lágrimas rolam e gelam, e a voz
se embarga, e o sussurro silencia...

- Não chores, Gia! Clausar vencerá! - e üa mão tão suave como
a da kena pousa-lhe ardente no ombro. Gia paralisa. Não de susto,
nem de pavor, sequer de surpresa, tampouco de descrença, outronão
de suspeita sobre estar louca, eriando vozes. Não. Gia paralisa ao
sentir-se invadir pela mais doce concordância, a mais sublime
certeza, como se houvesse perdido o Ky há milênios, viesse
perambulando pelo Universo, igual Artrus, e enfim
reencontrasse a si mesma, tivesse o corpo de
zumbi penetrado pela própria Alma!

Gia não se volta. Não há motivo. Atrás de si, de pé, está outra Gia!
Tão bela quanto ela, pois ninguém o pode ser mais! A única
diferença entre ambas é a primeira, a kena de Clausar, trajar
monoquíni vinho, e a segunda, a Deusa do Beldo, estar nua!

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