Em Géa foi prevista a tragédia na Cachemira!

O texto abaixo fala por si. Ele se encontra na página 2199 do Livro Décimo - Éter - de Géa, onde o diálogo inicia-se com a fala de Arqueu e a resposta de Louriage, a qual vem do porvir para a época onde esse colóquio se dá:


" - Oh, quando deparar o fim certo... a melodia reviverá Almé.

- A Música das músicas, Arqueu! É pura Vida!

- Quase pura: finda inarmônica. A Vida é mais sublime.

- E... E não posso deslembrar-me: tira-a sem piedade.

- Sim. Sou quase dono da Vida; a Morte já me acompanha, há muito, pelos intermúndios, a amenizar-me a solidão... Sou velho verismo, a remascar verdades; a temer, querendo, o mericismo de novo romantismo; feito quer, temendo, o reumatismo a anciã beata, sinal tremendo do fim dos ismos, começo colendo da célia ceata...

- Do céu desci coa Blue Chaos ao vale de Cachemira, para admirar a paisagem, os tecidos de lã, as peças artesanais de prata, os artefatos de couro, a tapeçaria e os brocados. Aproveitei a época de calor na Índia; e valeu a pena, pois ninguém sabe se as coisas continuarão ali, caso se deflagre... ih, deixe pra lá: é sucesso do porvir e empeça-me. Aproveitei para dar um pulinho cá no estúdio, confirmar o encontro de toda a turma amanhã e pegar o plectro predileto de Sérias; esqueceu-o nesta cabina, acho..."

Onde Blue Chaos é o nome da nave de Sérias, também pilotada por sua esposa e professora de literatura Louriage, que é quem dialoga com Arqueu e fala na descida ao vale de Cachemira. Louriage não pode explicitar fatos do futuro, donde veio, para não modificar o passado (como é mais bem explicado em Géa); por isso a linguagem de Louriage é vaga - embora cite cabalmente a (em geral pouco mencionada) Cachemira e algo a deflagrar-se ali bem como na Índia. Essa citação vai muito além do esperável para uma coincidência fortuita. Note que Arqueu, o homem agérato com quarenta mil anos de idade, adapta seu vocabulário e consonância aos de Louriage, superando-a, para bulir com ela, pois esta, mesmo com sua cultura e profissão, comete certos deslizes - como, por exemplo, repetir a palavra "aproveitei" no mesmo período. Quando (não exposto nesta página - vide texto de Géa) Arqueu conversa com Terrar, cuja fala é simples, usa termos coloquiais, gíria e tal, pois gosta da naturalidade desafetada deste terráqueo.

"Géa" começou a ser escrita em 10/10/94, foi registrada com texto parcial pela primeira vez em 27/09/96 na Biblioteca Nacional e novamente registrada COM TEXTO INTEGRAL em 08/01/2003, na mesma biblioteca. Está lá para quem quiser conferir.

Atenção: eu, o autor de Géa, não me intitulo profeta. Tentei por todos os meios normais publicar Géa, assim que a terminei, mas levou um ano para vir a público. Noticiei Géa ao Presidente da República Fernando Henrique Cardoso (que me respondeu desejando sucesso); fi-lo ao Ministro de Estado da Cultura do governo seguinte, Gilberto Passos Gil Moreira (que me não respondeu) e a mais de quatrocentos editores, cujos endereços descobri na Câmara Brasileira do Livro. Desde antes de principiar o trabalho, sabia que não estava só ao escrever a magna obra; porém, não, que previa a tragédia na Cachemira, ou que Alguém me usava como veículo dessa previsão. Se soubesse que um terremoto, parecido com a tragédia velada que "inventei" para pôr na boca de Louriage, no escrito Géa, atingiria a Cachemira, teria corrido pelas ruas gritando o alerta, mesmo que por isso me prendessem ou internassem num hospício. - CCDB.

CCDB - 11-10-2005


 

 


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