Reportagem de Carlos de Oliveira no ESTADÃO
fotografado por RDB (1)

Que você pode ler na cópia integral, abaixo, ou no blog do Estadão, enquanto lá permanecer, por meio deste link: http://blogs.estadao.com.br/sonoridades/um-genio-uma-guitarra-de-ouro-e-uma-maldicao/

Sugiro que a leia aqui, porque sob a reportagem está a minha resposta.

 

FIM DA REPORTAGEM

MINHA RESPOSTA

Não fui consultado nem entrevistado, tampouco me solicitaram autorização para o uso da minha história, da minha imagem e da saga dos produtos do meu trabalho. Portanto, exerço o meu direito de resposta e publico acima a cópia da reportagem, sem pedir que mo permitam.

Apesar da sua desconsideração, supramencionada, e das imperfeições, corrigidas por mim abaixo, agradeço a Carlos de Oliveira e ao ESTADÃO a lembrança do meu nome como útil para chamar a atenção dos seus leitores, entre os quais não me situo.

Para outros jornalistas, repórteres e mídias que desejem publicar matéria a respeito de meu trabalho, minha pessoa e meus produtos rogo a leitura atentíssima desta página, antes de tudo mais.

Passo a responder sobre o conteúdo e a corrigir a desinformação contida na referida reportagem, cujos deslizes principiam no próprio título (com o cacófato “uma maldição”) e prosseguem no lide:

NO TÍTULO
Muito obrigado pela qualificação de gênio. A “culpa” só será minha se eu houver programado os meus próprios genes na encarnação passada...

Quanto aos gênios, sofrem a incompreensão mais que os idiotas, porque aqueles sabem; e estes, não.

NO LIDE
Sendo eu o primogênito, não sou “o irmão de Sérgio Baptista”, cujo nome artístico, aliás, é “Sérgio Dias”. Arnaldo Baptista e Sérgio Dias é que são os meus irmãos, porque, além de pela primogenitura, sou no mínimo tão conhecido quanto cada qual - mais detalhes sobre essa verdade, veja na minha resposta a estoutra reportagem.

Eu não era um “garoto” em 1965, pois nascera em 1945, tinha vinte anos de idade; era místico, filósofo, inventor, artesão e até pai - além de, como diz o jornalista, possuir “conhecimentos de acústica, ergonomia e eltrônica”. Tratamento familiar fica bem entre amigos e em pessoa; não, em reportagem que se une a outras para tecer a história de alguém - no meu caso e dos produtos do meu trabalho (onde incluo o conjunto musical que originei), a história do próprio Brasil e da nossa cultura.

Não foi “para proteger” a Guitarra de Ouro que insculpi a Maldição; sim, tão-somente porque sabia o valor comercial desse ato em prol do conjunto que criei com Raphael Vilardi. Jamais cri em maldições e o venho afirmando desde sempre.

O nome da Guitarra de Ouro é marca registrada e se escreve Regvlvs (não, “Régulus”).

NO CORPO DA MATÉRIA
Não é nem jamais foi “segundo sua própria avaliação” (a minha) que a Guitarra de Ouro Regvlvs Raphael é tida como a melhor guitarra do mundo.

Em verdade, foi Raphael Vilardi quem me pediu e pagou pelo material, os dispositivos e o ferramental da manufatura de um Instrumento que, segundo ele, teria de ser a melhor guitarra do mundo.

Não me jactancio nem jactanciei de haver manufaturado a melhor guitarra do mundo; simplesmente atendi ao pedido de um grande amigo - e pode não parecer, mas vai nisso enorme diferença de caráter e atitude, o que me não obsta proclamar uma verdade absoluta: “Géa é a maior obra escrita de todos os tempos”, súpera a minha pessoa, ao meu caráter, à minha atitude, à modéstia e à amodéstia. O conteúdo de Géa, se lida inteira, revelará o motivo de, pela única vez nesta encarnação, eu proclamar algo como verdade absoluta.

“The Thunders” nasceu com apenas dois elementos: Raphael Vilardi e eu, na garagem da casa dos pais de Raphael, onde este morava e na qual com ele assisti pela vez primeira a alguém tocando perante mim uma guitarra elétrica: eram dois amigos de Raphael, cujos nomes não me recordo. Foi depois de ouvi-los que nasceu, ali mesmo na garagem, a idéia e o conjunto “The Thunders” - os outros músicos vieram depois.

Estudei no Instituto de Educação Caetano de Campos (IECC), porém isso foi antes de conhecer Raphael Vilardi, do qual não fui colega nesse instituto. Eu o vi pela primeira vez e nos tornamos amigos quando, depois do meu tempo no IECC, passei a cursar o ginásio no Colégio Ipiranga, onde o pai de Raphael era professor de educação física e Raphael estudava. Raphael e eu não chegamos a “dirigir a Associação Amadora de Astronomia de São Paulo”; onde fomos sócios, mas também planejamos, organizamos e fundamos o Departamento de Projeções Cinematográficas - este, sim, que dirigimos, controlamos e cuja freqüência aos filmes científicos (cedidos pelo USIS) superou a do próprio Planetário do Ibirapuera, próprio municipal administrado pela referida associação, cujo nome o jornalista apressado grafou mal e era “Associação de Amadores de Astronomia de São Paulo”, dirigida na época pelo Professor Aristóteles Orsini. Mais detalhes, aqui.

Depois de oito meses de trabalho diário em horário mais-que-integral (inclusive aos sábados, domingos e feriados), estavam prontas as duas Guitarras de Ouro Regvlvs Raphael - nunca houve uma Guitarra de Ouro com o nome de Sérgio Dias; o que existiu foi uma Guitarra Sólida Regvlvs Kier (Kier é o apelido que, em criança, pus no Sérgio): guitarra sólida, assaz diferente das Guitarras de Ouro.

Os nomes dos Instrumentos que manufaturei eram os das primeiras pessoas (apenas essas) que os encomendavam ou a quem eu criava produto novo para presentear - por isso, existe uma Guitarra-Baixo de Ouro Regvlvs Cray (ou Guitarra-Baixo de Ouro Regvlvs Arnaldo, pois Cray é o apelido que, em criança, pus no Arnaldo).

O texto da maldição é, sim, o apresentado na reportagem do ESTADÃO. Trata-se, todavia, de apenas um dos dois textos que gravei na placa dourada. O outro é o da Invocação e você o pode ver na reportagem do Jornal Folha de São Paulo, muito mais detalhada e precisa que a do ESTADÃO:

Guitarra de Ouro já é artigo de exportação - reportagem de página inteira na Folha de São Paulo, de 09 de junho de 1969, exclusiva sobre esse Instrumento - só essa matéria já basta para lhe confirmar a relevância.

Clique na foto ao lado e ela se abrirá numa página separada em alta resolução. Nessa reportagem as fotos de no alto da página são da Guitarra-Baixo de Ouro Regvlvs Cray, que manufaturei para meu irmão Arnaldo Baptista.

Na reportagem, você poderá ler ambos os textos que gravei na placa de ouro, detrás do Instrumento criado por mim para meu irmão Sérgio Dias, cuja foto da parte posterior e da abertura sobre a qual se acha a placa está na parte inferior da página.

Um dos textos que a reportagem reproduz é o da Invocação; o outro, o da Maldição. Esses textos estão riscados por mim com caneta esferográfica e há uma nota de minha autoria que anula essa Maldição - embora eu não creia em maldições nem em espíritos malignos, como está contado na página da Pt Wiki e tenha gravado esses textos para promover o conjunto criado por Raphael Vilardi e por mim: Os Mutantes. Até hoje a promoção continua funcionando muito bem e os atacantes vêm se dando mal, como se a Maldição funcionasse...

 

Quem revestiu de ouro todas as Guitarras de Ouro fui eu - e, não, Sérgio, no caso das três (sic) que lhe manufaturei; os proprietários pagaram apenas o material, quando pagaram, pois algumas foram doadas por mim sem despesa alguma para os donatários.

As guitarras de terceiros que Sérgio vem utilizando não devem ser denominadas de “de ouro”, para não deteriorarem o renome das verdadeiras Guitarras de Ouro e porque não possuem o revestimento interno (e, no caso da segunda que lhe manufaturei, também externo) de ouro. Esse revestimento visava muito mais que embelezar e enriquecer o Instrumento: tinha funções de blindagem elétrica, modificador acústico e protetor da madeira - entre outras. Quanto ao som das guitarras de terceiros utilizadas hoje por meu irmão caçula... leia nas palavras do próprio Sérgio:

De um e-mail enviado em 1-10-2010 por Sérgio Dias (apelido “Kier”) de Las Vegas - EUA, onde hoje reside, a CCDB (apelido “Té”)

TÉ EU NÃO ESTOU USANDO A RÉGULUS PORQUE ELA CAIU NO PALCO oppps e rachou o lado de ponta a ponta eu consertei ficou perfeita, mas eu nao posso arriscar uma preciosidade como ela em palcos agora ela é mais do que uma reliquia por isso tive que tentar fazer a nova eu sei que nao da nem para começar mas nao tenho saida e a nova esta empesteada de RF...

Desculpe mas eu tenho medo de expor a Unica a um perigo de tournées sem parar...

Kier
que te ama muito

Nota de CCDB: a "nova" a que Sérgio Dias se refere é a nova guitarra que um luthier brasileiro fez para ele. Não se trata de produto meu. A "Unica" é a Regvlvs Raphael II. E, como vemos, Sérgio também erra na grafia do nome Regvlvs - mas nele isso se deve perdoar: é músico; não, jornalista.

 

VÍDEO
Nesta página há um vídeo, mais apropriado que o exibido na reportagem, pois, sendo esta matéria a meu respeito, mereceria vídeo onde também eu fosse visto no palco, ao lado de meus colegas Mutantes e de Gilberto Gil.


AGRADECIMENTO
Agradeço sobremaneira, com plena sinceridade, a Carlos de Oliveira e ao ESTADÃO por mencionarem o meu trabalho atual, de escritor, e acrescento que Géa é muito mais ao pé de “projeto literário”: está escrita, registrada, publicadíssima, aqui mesmo em meu site principal, seção CCDB Livros, onde convido você à aventura de lê-la, bem como à de ler os outros livros de minha autoria, cujo conteúdo é muito mais significativo em prol do indivíduo, da sociedade e do vernáculo, com vasto entretenimento e (no caso de Géa) um léxicon duas vezes o de William Shakespeare em toda a sua obra e seis vezes o de Camões em “Os Lusíadas” e com o dicionário eletrônico “Livro Treze”, dotado de mais de trinta mil verbetes com inúmeras referências cruzadas.

- CCDB 05-11-2014

Em 07-11-2014, antecipando interpretações desinformadas, acrescentei isto a um dos parágrafos acima, mantendo o resto do texto desta página intocado: 'o que me não obsta proclamar uma verdade absoluta: “Géa é a maior obra escrita de todos os tempos”, súpera a minha pessoa, ao meu caráter, à minha atitude, à modéstia e à amodéstia. O conteúdo de Géa, se lida inteira, revelará o motivo de, pela única vez nesta encarnação, eu proclamar algo como verdade absoluta.'

- CCDB 07-11-2014

     

 


 


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