Outra abordagem para Géa!

Você pode ver em várias páginas deste site diversas apresentações de Géa, a obra superna. Algumas fascinam! Eis mais uma. Quem sabe esta seja exatamente a que o fará interessar-se em lê-la ou em publicá-la.

Se você leu "Uma vida" ("Une vie") do magnífico Guy de Maupassant, lembrará decerto do vazio, do tédio, do nada-mais-a-fazer-na-vida, que sua personagem Júlia descobriu ao voltar da lua-de-mel na Córsega para a mansão dela, em França. Não foi à toa que esse estupendo autor fez uso de drogas alucinógenas, tentou suicídio degolando-se e um ano depois dessa tentativa passou pela transição num leito de hospital: assim como no imorredouro conto terrorífico "Horla", ele descrevia sua própria experiência.

Se você leu os primeiros dois capítulos de Géa, obra que escrevi antes de descobrir tal romance, lembrar-se-á do tédio de Clausar, quando procurava um livro virgem em sua biblioteca e nenhum encontrava.

Se você teve uma experiência mística de despersonalização, ou "viajou" sob o efeito do LSD (que usei e não recomendo), ou passou por isso vendo "a Luz no fim do túnel" e saindo de seu corpo físico num leito de hospital; então já se viu como um "outro alguém", "alguém igual aos outros", "aquele sujeito lá embaixo", aquela "bactéria". E ao conhecer o Todo, ao "ver" Deus, ao alcançar a Consciência Cósmica, ao atingir o apogeu máximo de um indivíduo no Universo, você possuía um corpo físico, "aquele lá embaixo", limitadíssimo, um cérebro impotente, um alcance mínimo no Cosmo, que o horrorizou, pondo-o à beira do suicídio, no beco sem saída das mais torvas cogitações. Sim, porque seu corpo físico e seu cérebro se adaptam bem à sua pequena mas auto-suficiente personalidade antiga; todavia quase nenhum poder possuem, quase não podem agir: nada podem fazer, nesse vasto, nesse infinito mundo recém-descoberto.

Aí é que entra Géa.

Géa tem a resposta para esse pasmo, essa impotência absoluta, esse abismo rumo ao suicídio; essa súpera porém letal descoberta do Eu Interior, da despersonalização, da igualação, do tédio, da espera do fim desta existência para - quem sabe numa nova encarnação, num novo corpo físico, num cérebro melhor - obter o poder, a ação, a força.

Se encararmos toda aquela "ida" como algo positivo, como a busca e o encontro do Nirvana mediante a desvalorização da matéria e a valorização do imaterial (ou, como descreve Rudyard Kipling aos ocidentais em "Kim", o meio para os protagonistas escaparem à "Roda da Vida" e às reencarnações), Géa nos leva té Lá; mas ultrapassa o Buda e é também a "volta"; o renascimento em esferas superiores; a revalorização do corpo físico, aprimorado e energizado; a aplicação no mundo dos Muitos o que se aprendeu no mundo do Um, que ambos se completam. Géa abre a "Roda da Vida" em espiral evolvente. Géa tira à cobra mística a boca da cauda e liberta os seres e o Cosmo desse sisifismo. É uma nova etapa, onde a moeda não tem apenas uma face; sim, duas; e com três dimensões gira na quarta; e soa, e retine, e tem valor; e se usa, e se faz, e se é feliz.

Na obra suprema, Géa, a vida de Clausar não só simboliza mas demonstra e ensina justamente a prática da transcendência ao transcendente, a "ultranscendência". Mostra como fez Clausar e qualquer pessoa pode, para superar tal vácuo, para ultrapassar essa perspectiva absoluta de si, minimizado em poder perante o Um, embora unido a Ele.

E não só Clausar: os Kys Únicos das espécies, seres superiores; e também Géo, o próprio Deus; vivem todos seu episódio semelhante, numa nova abordagem da Vida, numa nova cosmogonia, numa nova ontologia, jamais contemplada em livro, "viagem", filosofia ou doutrina alguma, na Terra.

Quem sabe não estarei, ao longo deste site, a glorificar a magnificência dessa psique única e multifária, da qual ninguém é dono, e que, quando alguém alcança, esfuziante de alegria, espirrando felicidade, alardeia aos quatro ventos?

CCDB 01-03-2005 - CCDB 25-10-2010


 

 


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