Sentadinho na poltrona de raizame, o enkinho prepara-se para
deixar o Largo do Marculu ombreando Tóxia, quando pesada
nuvem, oblíqua té ao vento, escurece agourenta o sol Rá.
Mais escuro ainda fica o Ky do outro Rá. Algo insólito ocorria...

De trás da trônquia vem circundando - sinistrogira, túrbida, tetra;
mãos cadavéricas tateando a aspereza da casca - a mãe de todas
as Sombras! Arqueada sob incontáveis espectros, trôpega, deixa-se
cair cansada entre duas velhas raízes, à esquerda de Rá.

Enkóide? Humanóide? - o enkinho não distingue ao certo.
Só a velhice mais velha, a escuridão maltrapilha do Ky.

Sim... é outro Ky manifesto. Mas um Ky sem géon. Triste.
Solitário. Desamparado. Sombrio. E velho, muito velho...
Talvez o mais velho ser desta Grande Pulsação.

Apesar dos poderes e do coração transbordante de felicidade,
a custo o filhote de enk torce o colo, qual rijo caule sinistrorso,
e fita a face encovada, encarquilhada sob um farrapo negro. Nela,
alvos globos ocupam as órbitas, onde já brilharam írios ou olhos...

- Quem é Você? - pergunta o enkinho sem balbuciar, logo
recomposto e firme, encorajado pela experiência dos Kys...
E em mancinismo a sombra assombra, e cisma, e lembra
sinistra lombra. E a sombra esforça, e pensa, e sobrepensa;
e pensar sobrepesa! E a sombra procura, encolhe, arqueja...
E a voz não sai... Súbito, certa opalescência reluz-lhe
incerta nos bulbos vãos, e a sombra luz!