Os dois retomam a marcha e só param no gieiro. Clausar entra
em casa, leva o cervenatu à cozinha e descarrega-o com o
movimento inverso daquele sobre a mesa, sob os iriares
entusiásticos dos presentes. Nesse ritmo, não se falava em
proteção aos animais silvestres; e caçar um cervenatu de
trinta quilocapis era façanha a ser comemorada por
quem conhecia o sabor da tenra vianda.

Como as feras nas matas surgem da treva; sob o refletor ígneo da
própria presença; entra Únia, maquiada! Clausar deslumbra-se,
ao iriar as longas pestanas tingidas cerrarem-se e tocarem a face,
e admira os lábios rubros, as nuanças róseas, as linhas realçadas.

Logo depois, não gosta! Desaparecera o frescor, a beleza natural:
não era mais Únia; e, muito menos, Ú! Espantara-se-lhe a graça
coa fixidez dos traços, e junto se lhe fora a beleza. Clausar
inspira-se e acaba com a graça do cultuado poeta e prosador
Oabluo Parcemmil, para quem a graça supera a beleza. A sentença
escapa-lhe dos lábios, em sussurro cortante de navalha:

- Graça é beleza em movimento! - Sim! Não há graça sem beleza;
nem beleza, sem graça; logo, inexiste a beleza sem graça, e
desvirgula-se: não há graça sem beleza nem beleza sem graça...

Soa a primeira nota dissonante na canção de beldo: mau presságio...
Únia percebe o sentimento de Clausar e corre a lavar o rosto.