Guelras a radiarem o máximo de ondas mens, a Trigonodon
aproxima da popa de Altaré a navífraga boca cheia de dentes,
pronta a desfechar a mordida letal, como a lagartixa abocanha
a mariposa, e engolir um pedaço do casco
para o âmago do Spirovalva.

Ra-El imagina e realiza a mais perigosa manobra: em vez de
usar os lemes, lentos para seu propósito, o piloto de Altaré distende
os estais e, sem baixar velas redondas e latinas, deita para trás todos
os mastros verticais, fora o primeiro a contar da proa, o do traquete.
Nesse mastro, Ra-El faz girar cento e setenta graus todas as velas
quadrangulares. Isso quase inverte o sentido da géa propulsora e
força a nave a dar um cavalo-de-pau. Altaré oferece o bico de proa,
com seu mastro pontudo e fixo (o gurupés inclinado trinta e
cinco graus acima do plano horizontal) apontado
à goela da Trigonodon.

A escultura de uma bipsica nua, acostumada a enfrentar
destemidamente os astros sob o afilado gurupés de reatâncio,
tem agora ante o seio a enorme boca dentuça,
de fauce escancarada.

Não há tempo para Amazonas mandar freiar a maciça cosmonave:
o mastro de metal Galáctico de Altaré, coa figura de proa e tudo
mais, abisma-se na garganta da Trigonodon e quebra-lhe todos
os dentes alvirrubros (ativos e reservas), fora um!

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